Confraria Brigands
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Demonho Belzebu

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Demonho Belzebu Empty Demonho Belzebu

Mensagem  demonho Qua Jan 30, 2008 3:41 pm

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A Infância



Misturado ao som de trovões ouvia-se o choro agudo de uma criança. Ladeado por cera derretida de velas que chegavam no fim, um menino de tufos verdes sob a cabeça estava deitado.

- Enfim nasceu nosso sétimo filho, Abelarda.
- Sim, Lúcifer. Ele deve ser posto à prova. - responde a mulher ensangüentada na cama.


Lúcifer - um velho beberrão maluco fissurado por alquimia e magia negra - pega a criança pelo colo e a mergulha de ponta cabeça em uma bacia enferrujada cheia de um líquido vermelho e grosso. Segurando o seu filho pelos pés, espera alguns minutos e o retira.

A criança engasga, tosse e recomeça seu choro.

- Ele sobreviveu, Abelarda. É o terceiro filho a passar na prova. Mas veja como ele é franzino e fraco...


Os anos se passaram, e aquele garoto franzino continuava feio e magro. Seus cabelos verdes eram embaraçados e sebosos, ao contrário dos seus belos irmãos Baal e Leviathan que tinham cabelos vermelhos brilhosos e força fora do comum.
Ao completar 5 anos, começou a estudar e treinar magia e alquimia com seu pai e seus irmãos. Não gostava daquilo, e nem se saía bem em seu treinamento. A única afinidade que tinha naqueles dias massantes era com as artes do envenenamento. E logo que desenvolveu em segredo seu primeiro veneno líquido utilizando resina de árvores e fungos, fugiu escondido de sua casa para nunca mais voltar.
Seu pai dava atenção apenas ao culto a deuses pagãos e necromancia. Nunca saía de casa nem contava coisas mundanas para Belzebu. E saindo dos braços de seu pai louco, o garoto correu dias a fio pela estrada que passava perto de sua velha casa até se deparar com uma ponte enorme beirando o mar. Na outra extremidade da ponte, via-se uma ilha cheia de casas e pessoas correndo. Belzebu não segurou sua emoção ao ver uma cidade, e correu como nunca pela ponte.
Um velho que tocava uma harpa encostado na escadaria da ponte se assusta.

- Aonde vai tão depressa, garoto?
Belzebu para de frente ao senhor da harpa, arfante. Não sabia o que responder a ele, nem ele próprio sabia para onde estava indo tão depressa. Toma fôlego e sorri. O homem retribui o sorriso.
- O que é essa coisa que fazia esse barulho bonito? - pergunta o garoto. Isto é uma harpa, meu jovem. Serve para acalmar diversos animais selvagens e até fanfarrões no auge da bebedeira. - o velho o encara por baixo do seu cabelo comprido - Aonde estão seus pais?
- Morreram.
- Mas que trágico! Faz tempo?
- Não.

O velho acende um caximbo olhando para o garoto sorridente estático à sua frente. Como pode um garoto tão novo sorrir tendo visto seus pais morrer?
- Você tem aonde dormir, garoto?
- Não. Eu tenho garrafas de veneno para vender.
- O que um garoto jovem como você está fazendo carregando essas coisas perigosas com você? - pergunta o homem, assustado.
- Eu faço veneno. Quer?
- Quanto você quer pelos seus venenos, garoto?
- Dinheiro.
O bardo ri e diz para o garoto:
- Largue mão disto e venha comigo. Vou lhe mostrar minha casa. Se quiser eu posso lhe ensinar música, e se você for bom eu lhe aceito como enteado.
- O que é música?


[color:428e="#FF0000"]A Juventude



Com o passar das primaveras, Belzebu aprendia música com seu mestre. E enquanto seu mestre envelhecia e perdia a agilidade em seus dedos, o jovem ficava cada vez melhor na sua arte. Até o dia em que o velho bardo morreu. E Belzebu sendo sua única "família" o enterrou no cemitério de Vesper, sua cidade. No único túmulo sem nome do cemitério - pois nem Belzebu descobrira o nome daquele bardo que o criara - jazia o verdadeiro pai do garoto que agora chorava embaixo do sol escaldante do litoral. Aos 16 anos de idade, Demonho Belzebu agora estava por sua própria conta novamente.
Começou então com a vida honesta de bardo. Viajava milhas e milhas por vilarejos e grandes cidades tocando sua harpa em tavernas. Ele aprendeu a beber, e era nisso que todo seu dinheiro ia.
As poucas economias que tinha ele guardava no banco de Britain, até o dia em que sua harpa foi levada por um ladrão. Com ódio no coração por perder o seu único bem e sem dinheiro nem se quer para um tamborim, Demonho teve uma idéia.

Pois, já que um ladrão ganhou uma harpa que levara uma vida para construir e regular em poucos segundos, era um ladrão que ele iria ser.

Com a destreza de um verdadeiro músico, Belzebu se saía muito bem em seus roubos. Costureiros e mineiros eram vítimas no mínimo fáceis. Quando não conseguia roubar, envenenava e explodia pobres trabalhadores inocentes para acumular aos poucos uma fortuna enorme.
Belzebu roubava por puro prazer. E um dia ele combinou a compra de um item raro por um preço extremamente alto com um rapaz misterioso no Segundo Banco de Britain. Quando o rapaz misterioso saiu das sombras do banco, lhe pediu:

- Mostre-me o dinheiro.
- Mostre-me antes o item.
- replicou Demonho.

Antes que Demonho tirasse sua faca da bolsa, diversas garrafas explosivas voaram em sua direção de todos os cantos do banco. Figuras vestidas de preto lhe atiravam poções de explosão!
Demonho corre agilmente para fora e joga uma poção de gás venenoso dentro do banco. Todos os assassinos saíaram tossindo do banco e começaram a correr no encalço do ladino.
Quando o alcançaram perto da praia da Velha Britain, o espancaram sem dó. O que parecia seu líder mandou pararem com aquilo.
- Não o matem!
Chegando perto do jovem estirado do chão, a figura lhe dirige a palavra:
- Você é agil. E não parece ser nenhum costureiro rico. Acho que ambos tínhamos planos de roubar um ao outro, estou certo?
- S-s-s-s... sim...
- É um maldito ladrão de galinhas, vamos matá-lo, Chad! - fala uma voz feminina ao fundo.
- Não me parece um ladrão de galinhas... está bem vestido e carrega poções na mochila...
- Não me diga que vai recrutar mais um novato! -
outra voz fala das sombras.
- Não me matem, senhor. - com a voz fraca, Belzebu suplica.
- Não o matarei. - sussurros de desaprovação são ouvidos após essas palavras - Com uma condição. Passará por uma prova de roubo e assassinato. Se passar, está livre e poderá até se juntar ao nosso grupo se desejar. Mas, se reprovar, será torturado até a morte.


[color:428e="#FF0000"]A maturidade.


Dez anos se passaram desde que Demonho se tornara membro da Confraria dos ladrões. Tinha agora 35 e não aplicava mais grandes golpes e seus roubos não rendiam mais frutos. A maioria dos membros da confraria sumiram ou morreram. Ladrões inexperientes roubavam tudo o que Demonho pensava que por direito era seu. Agora passava o dia a tocar um velho bandolin e encher a cara de conhaque rançoso. Sem dinheiro nem para comer, era apenas mais um mendigo morando afastado da cidade.
Um dia, passando por Britain, Belzebu reencontra Chad Alonius e um grupo de ladrões... OS BRIGANDS! Demonho não fazia idéia que a confraria ainda existisse...
Sorrateiro, os seguiu até a confraria. Ela estava diferente da última vez que ele estivera ali há anos.
Passou a noite com os ladrões, discutindo novas e antigas técnicas de roubo. E naquele dia ele resolvera começar um treinamento intensivo com o objetivo de voltar a aterrorizar Sosaria. Mas agora ele queria mais. Ele tinha uma lista negra e queria eliminar todos.



Em menos de um ano de seu desentocamento, Demonho parecia mais jovem e forte do que nunca. E hoje é um dia muito especial. Ele espera sob uma árvore na frente de uma certa casa perto de Cove. Com arco e flecha em mãos, espera uma figura sair da casa. Duas. E a primeira cai ao chão, flecha cravada sob o peito.
Demonho desce da árvore com um pulo e rapidamente aponta seu arco na segunda figura.

- Belzebu?
- Estou de volta, Leviathan. Aonde está Lúcifer?

- Nosso pai está à beira da morte, na cama. Mas você não tem a honra de retirar sua vida, meu caro irmão. E saiba que Baa.... *tum*
Uma flecha atravessa a garganta de Leviathan que cai no chão vomitando litros de sangue.
Belzebu entra em sua casa e se depara com um velho apodrecido e fétido na cama.
- Eu sabia que você voltaria me levar, é o seu detino, Belzebu.
- Cale sua boca seu mago imundo. Eu preciso que você me faça algo.
Lúcifer não responde, e Demonho o pega bruscamente e o leva até a cela de seu cavalo. A rápido galope, chega a Vesper ao anoitecer. Retira seu pai do lombo do cavalo e o leva até um túmulo no canto do cemitério.
- Ressuscite-o, pai. Use toda a sua magia negra para reviver esse morto.
- Se alguma energia chegar a sair deste túmulo, será apenas uma alma penada ou um lich. Você precisa de um sacrifício para ter isso feito.
- Eu já tenho meu sacrifício, pai.

E Lúcifer entendera bem o que aquelas palavras significavam. Mas ele simplesmente fez o que seu filho mandou. E ao final de suas palavras sombrias, ele sentiu a lâmina gelada de uma faca lhe cortar fora a cabeça.
Quando o sangue submergiu na terra, brotou do chão uma figura negra rodeada por gritos de medo e dor, e uma risada sombria se fez mais forte frente a todas as vozes.
- Perturbas meu sono, mortal!
- Cale a boca, porco imundo.

E uma flecha atravessa a cabeça do Lich, que cai imóvel sob o túmulo. Demonho lhe tira o capuz e reconhece o rosto pútrido do morto vivo. Com sua faca, demonho lhe tira a cabeça e coloca fogo nela, até sobrar apenas a caveira do velho bardo. A vestindo sobre sua própria cabeça, Belzebu então parte para Britain. Sua nova missão é trazer o caos ao mundo.
Todo o mundo.
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